Jornal Sempre na Roda

Início da Época de 2012

Retoma-se hoje o Jornal Sempre na Roda, onde constarão as notícias sobre a próxima época, entrevistas a Directores Despotivos e a ciclistas, antevisões e análises das diversas corridas que ocorrerão em 2012.



O ano está prestes a começar e a primeira prova da época será o Santos Tour Down Under, uma prova de 6 etapas que decorre na Austrália e onde serão os sprinters a brilhar, pois as etapas são praticamente todas planas. Confirmadas estão as presenças de Matthew Goss (SaxoBank), Heinrich Haussler (GreenEdge), Filippo Pozzato (Liquigas), Danilo Napolitano (Lotto-Belisol), José Joaquin Rojas (Movistar), Óscar Freire (Rabobank), André Greipel (Vacansoleil) e Matti Breschel (Astana). Entre estes, existem ainda outros nomes muito interessantes, como Cancellara, Samuel Sanchez, Hoogerland, Kristoff, Alan Davis, Pineau, Jonathan Bellis, Weylandt e Graeme Brown. Ainda haverá ais nomes por revelar, mas estes já prometem grande acção a começar já no próximo dia 17.

Durantes este mês decorrerão ainda o Tour de San Luis, na Argentina e duas provas nos Emirados Árabes Unidos, a Vice President Cup e a Emirates Cup, estas duas últimas, provas de classificação inferior que serão apenas corridas por equipas continentais. AInda durante este mês, decorrerão outras duas provas o Tour of Wellington e a prova que classicamente abre a temporada na Europa, o Grand Prix Cycliste la Marseillaise.

Plantéis pós-mercado
Comentário de Alfredo Bastos

Apresento-me como o novo comentador residente do Jornal Sempre na Roda. Periodicamente, farei comentários sobre o ciclismo mundial. Tentarei fazer uma análise objectiva sobre as provas, as equipas, os ciclistas e os Directores Desportivos. Tudo o que disser respeito à época mundial de ciclismo, dir-me-á respeito e eu meterei lá o bedelho.

Resolvi começar por analisar as equipas que irão enfrentar a época de 2012. Há surpresas agradáveis, desagradáveis e algumas equipas sem surpresas. Começando por analisar duas equipas que me saltaram à vista pelo enorme investimento no mercado: a Onda e a Saur. Estas equipas reforçaram-se para ganhar tudo o que conseguirem e arrasar a concorrência na divisão ProContinental. Cheira-me que irão deixar, inclusivamente, algumas (bastantes) ProTeam a cuspir fumo. A Onda parece vocacionar-se para o pavé e será uma das equipas mais fortes neste terreno. Será um facto inédito ver homens como Devolder, Eisel, Hushovd, Steegmans, Spilak e Vandewalle a rasgar a calçada do Paris Roubaix com as cores de uma equipa portuguesa. Será também interessantíssimo ver correr homens como Monfort e Leipheimer, dois ciclistas com boas épocas em 2011. A Saur ergue-se para tentar ser a mais forte equipa francesa e ver se, desta vez, consegue a tão desejada promoção que lhe foge há 2 anos sempre apenas por um lugar. Frank Schleck e Kirchen são a armada luxemburguesa para arrecadar todos os pontos que a equipa conseguir. Rolland e De Haes serão também peças importantes, mas ainda estou para ver o que o belga consegue fora de uma HTC, onde tinha pouco espaço para brilhar.

Outra equipa que acho que vai ser estrondosa em 2012 é a Garmin-Barracuda. Depois de ter adquirido o nome do peixe dentudo, parece-me que esta equipa vai mostrar os dentes e dar cabo das carnes dos outros nas provas de 3 semanas e mesmo nos sprints. Ricco e Dekker na mesma equipa devia, simplesmente, ser proibido! Van Staeyen e Sacha Modolo ainda têm que demonstrar muito para serem considerados verdadeiros sprinters, mas tenho alguma expectativa. Outro a observar é Denifl que fez um óptimo 2011 e poderá ser este o ano dele. A GreenEdge é uma nova equipa do pelotão mundial, mas parece-me querer já assaltar o título. Carregadinha de jovens promessas, vamos ver se as promessas garantem resultados ou se viram flop do ano. De qualquer forma, Ciolek, Gilbert, Haussler, Boasson Hagen e Tony Martin são garantias de resultados. Parece-me que vamos ver muitas vezes o verde na linha de meta a cortá-la em 1º lugar.

Uma equipa que é capaz de sofrer com o esforço de renovação é a Lampre, que adquiriu algumas das maiores promessas, como Ulissi, Silin e Viviani, mas tem menos soluções para o "agora". Veremos o que são capazes de fazer. Quem se esforçou por se renovar, mas que eu acho que vai fazer uma época fraquinha é a RadioShack. Tem Popovych, mas quase nenhum dos outros nomes me toca muito e cheira-me que em 2013 esta equipa correrá com os ProContinentais, se não se puser a pau.

Anton e Gusev na Movistar foram dois nomes que me fizeram arregalar os olhos e acho que os homens azuis de Espanha são capazes de dar muitas dores de cabeça aos adversários, neste ano. De notar também a ida de Cunego para a Rabobank, que chocou os fãs italianos e deixou os holandeses à beira de um ataque de histeria. Vamos ver se este movimento não desestabiliza Cunego que já estava tão confortável na sua Lampre, há tantos anos... A Rabobank é uma equipa a temer, ou não tivesse o vencedor do Tour nas suas fileiras, Nibali.

A Saxobank manteve o nível (elevadíssimo) e vai assaltar de vez o Tour e as outras grandes provas, com Gesink e Schleck cheios de vontade de vencer, agora também apoiados pelo ex-Onda, Emanuele Sella que dará um grande suporte nas alturas.

As recém-promovidas Vacansoleil e Europcar pautaram pela discrição neste mercado e pela manutenção do plantel que as promoveu. Mesmo assim, a Vacansoleil conseguiu trazer Greipel para as suas fileiras.

Na luta pela promoção, penso que vai ser difícil derrubar Onda e Saur, mas a Cofidis e a FDJ podem ter algo a dizer. Veremos... Gerdemann e Intxausti na Cofidis parecem substituir bem Kiserslovski que gosta mais de estar com a cara no chão do que com as rodas. Vamos ver se na OmegaPharma - Quick Step ele se aguenta melhor ou se é preciso arranjar-lhe umas rodinhas.

Há ainda os colombianos que devem dar que falar nas alturas com Uran e Quintana a liderarem com a sua juventude a Coldeportes. Estou ansioso por ver esta equipa luso-colombiana correr.

Penso que vai ser uma época 2012 em cheio, mas veremos como algumas equipas que se apresentam com plantéis muito renovados conseguirão controlar os ânimos das vedetas.

by Alfredo Bastos

Haussler vence a primeira etapa de 2012



Heirinch Haussler, sprinter da GreenEdge deu a primeira vitória à equipa da casa. Demonstrou que a força da GreenEdge é de ter muito em conta e que esta equipa tentará, já nesta época, estar na frente da luta pela vitória na World Tour. Estivemos à conversa com aquele que é, por muitos, considerado o lançador perfeito: Stuart O'Grady, capitão da GreenEdge.

"Estou radiante por finalmente correr ao mais alto nível por uma equipa australiana. E começar com o lançamento para a vitória do Haussler que, agora, é também australiano, numa prova australiana, é maravilhoso!", disse O'Grady quando questionado sobre a primeira vitória de Haussler no Tour Down Under. "Penso que esta será uma bela época da GreenEdge, mas será uma época de crescimento, pois temos muitos jovens que, provavelmente, irão ter as primeiras vitórias este ano, mas arrasarão em 2013. De qualquer forma, é notável o trabalho que o nosso DD tem feito".

De notar, no 2º lugar desta etapa, a presença de Steegmans, agora ciclista da completamente nova Onda-Boavista que, com um lançamento exemplar de Eisel (outro considerado dos melhores lançadores do mundo) perdeu a vitória apenas nos centímetros finais. Impressionante foi a demonstração de força do norte-americano Ben King (Sky) que, com um ataque no último quilómetro, tentou a vitória e conseguiu, ainda, um 3º lugar.

Tour Down Under - 1ª Etapa
1 Heinrich Haussler GreenEdge Cycling 3h22'58
2 Gert Steegmans Onda - Boavista s.t.
3 Ben King Sky ProCycling s.t.
4 Edwig Cammaerts Garmin - Barracuda s.t.
5 Allan Davis Europcar s.t.
6 Valentin Iglinskiy Vacansoleil - DCM s.t.
7 Wouter Weylandt Lampre - ISD s.t.
8 Tiziano Dall'Antonia Burgos - BH - Castilla y Leon s.t.
9 Jonathan Bellis RadioShack - Nissan s.t.
10 Luca Paolini Liquigas - Cannondale s.t.

Steegmans confirma o poderio da Onda

Uma das principais equipas candidatas à subida de divisão em 2012 já começou a dar frutos e, depois do 2º lugar na 1ª etapa do Tour Down Under, a Onda conseguiu a vitória e a liderança provisória por intermédio do experiente sprinter Gert Steegmans, após mais um perfeito lançamento do austríaco Eisel. Desta vez, a GreenEdge não conseguiu contrariar o comboio bem afinado da equipa portuguesa.



Os líderes das equipas de sprinters ainda tiveram algum receio, no dia de hoje, ao verem uma fuga de 17 ciclistas a escapar, mas, depois de um trabalho árduo na recuperação, a chegada efectuou-se mesmo em pelotão compacto, com Steegmans a chegar à frente de Alan Davis (Europcar) e de Koldo Fernandez (Burgos). Haussler, desta vez, sem a mesmo boa colocação, ficou-se pelo 4º lugar e desceu ao 2º lugar da geral.

Tour Down Under - 2ª Etapa
1 Gert Steegmans Onda - Boavista 2h59'55
2 Allan Davis Europcar s.t.
3 Koldo Fernandez de Larrea Burgos - BH - Castilla y Leon s.t.
4 Heinrich Haussler GreenEdge Cycling s.t.
5 André Greipel Vacansoleil - DCM s.t.
6 Filippo Pozzato Liquigas - Cannondale s.t.
7 Danilo Napolitano Lotto - Belisol s.t.
8 Bernhard Eisel Onda - Boavista s.t.
9 Ben Swift Sky ProCycling s.t.
10 Marco Marcato Liquigas - Cannondale s.t.

Geral provisória:
1 Gert Steegmans Onda - Boavista 6h22'37
2 Heinrich Haussler GreenEdge Cycling + 6
3 Allan Davis Europcar + 10
4 Anthony Delaplace RadioShack - Nissan s.t.
5 Pieter Ghyllebert OmegaPharma - Quick Step s.t.
6 Koldo Fernandez de Larrea Burgos - BH - Castilla y Leon + 12
7 Ben King Sky ProCycling s.t.
8 Jonas Ljungblad Colombia - Coldeportes s.t.
9 Yohan Offredo SaxoBank + 14
10 Jay Robert Thomson Sky ProCycling s.t.

Uran considerado a melhor promessa para 2012



O colombiano da Colombia-Coldeportes, Rigoberto uran, foi considerado em votação, entre os diversos Directores Desportivos mundiais, a melhor promessa para 2012. De entre os 10 nomeados pelos especialistas do Jornal Sempre na Roda, a classificação da votação foi a seguinte:



De facto, aquele que mais promete para 2012 é Rigoberto Uran, jovem ciclista muito completo, com capacidade na alta montanha, nas colinas e cada vez melhor (ao contrário da maioria dos colombianos) no contra-relógio. Será uma das principais caras a brilhar nas provas por etapas e clássicas acidentadas em 2012 e poderá ter uma forte palavra a dizer na disputa de uma das três grandes voltas. Veremos que suporte dará a Coldeportes às ambições do colombiano.

Em 2º lugar na votação, Edvald Boasson Hagen, norueguês da GreenEdge, assume-se como 2º principal favorito à "camisola branca" de 2012. Com a crescente velocidade de ponta e a enorme potência nos contra-relógios, o jovem sprinter promete colocar em 2012 todo o seu poderio na estrada, apoiado pelo já famoso comboio da GreenEdge.

Em 3º lugar ficou Romain Sicard (FDJ), a grande esperança de todos os franceses. Talvez não seja ainda este ano que ele poderá vencer o Tour, mas a sua capacidade inusitada na montanha e muito bom desenrascanço no contra-relógio, fazem dele uma bomba a temer em 2012 nas provas por etapas e, provavelmente, com uma séria possibilidade de subir ao top-10 do Tour de France ou mesmo tentar ir mais longe. Será que os franceses poderão voltar a acreditar num futuro vencedor francês do Tour? 2012 talvez não dê já a resposta, mas pode dar indícios...

De notar que, embora nenhum tenha sido vencedor da votação, a Garmin e a GreenEdge conseguiram colocar, respectivamente, 4 e 3 ciclistas no top-10 de jovens ciclistas mundiais, o que revela o enorme investimento na juventude destas duas equipas da nata do ciclismo mundial.

Periodicamente, o Sempre na Roda irá fazer uma análise às prestações dos 3 ciclistas cotados como os melhores jovens: Rigoberto Uran, Edvald Boasson Hagen e Romain Sicard, com entrevistas e análises de peritos.

Como ciclistas a ter em conta no ano de 2012 nesta equipa temos Ciolek ,para os jornalistas do JSR, um dos tres melhores sprinters da actualidade. Gilbert fortissimo no paralelo e muito bom em classicas colinosas. Boassen Hagen um exelente contra-relogista e muito bom no sprint, claramente um ciclista que pode dar muitas vitorias á Greenedge. Haussler um dos reforços da equipa e que é um exelente sprinter e que dará muitas vitorias á equipa da Greenedge

Tony Martin exelente contra-relogista é outro dos nomes grandes desta equipa, a juntar a este ciclista alemão temos richie Porte outro reforço de Inverno e que é muito bom no contra-relogio. Henao é outro nome grande da equipa. Depois destaca-se ainda nomes como Felline, howard e Arndt (futuros grandes sprinters), Betancourt, Pinot e Santoro (Futuros lideres da equipa) e Talansky e Hardy (Gregários de luxo).

Como revelações para 2012 os jornalistas do JSR apostam em Betancourt, Martin,Taaramae e Hagen. Apesar destes ultimos três nomes já terem provado terem muita qualidade, os expert´s do ciclismo consideram que este ano será o ano de afirmação dos três ciclistas em questão. Se quisessemos definir esta equipa em poucas palavras diriamos:" Equipa capaz de muitas vitórias e constituida por muita juventude".

Steegmans confirma o novo poderio da Onda



Terminou hoje o Tour Down Under, a primeira prova do ano com uma vitória inédita de Gert Steegmans à frente de uma Onda-Boavista exemplar. Na etapa de ontem, do monte Willunga, Pozzato emergiu como candidato à terceira vitória nesta prova, com a chegada em 1º lugar nessa etapa, mas Steegmans aguentou surpreendentemente bem a subida e conseguiu chegar com os da frente, ficando a apenas 4 segundos do líder Pozzato. Na derradeira etapa, apesar das quedas e cortes de vento, Steegmans não se deixou apanhar e, com a ajuda do seu lançador incrível, Bernard Eisel, sprintou para a vitória na etapa e na prova, aproveitando a bonificação, pois Pozzato não conseguiu chegar nos lugares do pódium. Pozzato teve de se contentar com o 2º lugar da geral, desta vez. Talvez um pouco surpreendente seja o 3º lugar de Blel Kadri que coroou uma boa prestação da RadioShack-Nissan que meteu no top-5 também Diego Milan, atrás de Martin Pedersen da SaxoBank.



Gert Steegmans foi mesmo o homem da corrida, tendo conseguido a vitória em duas etapas, na geral e na classificação dos pontos, colocando a Onda claramente à frente no ranking ProContinental. A classificação da montanha foi ganha pelo belga Jelle Wallays da Garmin-Barracuda e o melhor jovem foi Jetse Bol que, na geral individual terminou na 10ª posição. Colectivamente, a vitória foi da SaxoBank, beneficiando das boas classificações de Martin Pedersen, Jetse Bol e Fabian Cancellara.

Um pouco a desejar foi a prestação da Garmin nos sprints, onde se esperava mais de Van Staeyen que falhou em disputar qualquer dos sprints. Outra grande surpresa pela negativa, foi a prestação de Óscar Freire, que chegou à prova completamente fora de forma, desistindo à 3ª etapa. Da equipa da casa, GreenEdge, esperava-se muito mas ficaram-se pela vitória na primeira etapa que, apesar de tudo, já foi um bom feito para a equipa australiana. Também Greipel esteve um pouco de fora da disputa, desta vez, bem como Matthew Goss que desiludiu os fãs da SaxoBank.

Uma pequena e boa surpresa, nesta prova, foi a força de Arthur Vichot, da Ag2r, que nas etapas acidentadas chegou sempre entre os primeiros e disputou a vitória, tendo sido vítima da sua inexperiência na última etapa, onde perdeu a possibilidade de terminar no pódium. Mas ficou anotado o nome para observarmos como evolui ao longo da próxima época.

Mas o que fica, sem dúvida, é o poderio da Onda-Boavista, uma equipa portuguesa que pretende assumir-se como uma das melhores do mundo.

Project 1t4i - O Novo Projecto Holandês



Uma equipa interessante do pelotão mundial é a Project 1t4i. É uma equipa baseada na Holanda, mas com representação de diversas nacionalidades. O Sempre na Roda foi analisar o plantel e os objectivos desta equipa. Tem sido uma equipa um pouco aquém das vitórias, mas com algumas mudanças em 2012 que fazem acreditar numa boa época. Neste período de transferências fez algumas aquisições extremamente interessantes, adquirindo Juan Antonio Flecha que será, sem dúvida, um homem a ter em atenção na estrada, devido à sua grande combatividade e capacidade de vencer em vários terrenos em fuga e, principalmente, no paralelo. Isto faz prever que a equipa irá apostar em provas de pavé, com Kroon, Groesinnen e Taillefer para ajudar. De facto, analisando os objectivos da equipa, vê-se que Flecha irá apostar forte no Tour de Flandres e no Paris-Roubaix, entre outras provas de pavé. Veremos se os 35 anos do espanhol o deixarão continuar a ter bons resultados nestas provas ou se irá dar lugar a outros que correm em equipas muito bem estruturadas para estes terrenos.

De notar a presença, nesta equipa, de um dos mais promissores sprinters mundiais, o canadiano Guillaume Boivin que irá tentar obter o maior número de vitórias possível para a sua equipa, a par do outro sprinter francês Florian Vachon que já obteve bons resultados em 2011.

É muito interessante verificar que esta equipa tem um plantel preparado para poder correr em todo o tipo de terrenos. Não terá um vencedor do Tour, mas tem boas possibilidades para a montanha. Desde já, o italiano Morris Possoni, um bom trepador de 28 anos, que optou por deixar de ser gregário e apostar na liderança de uma equipa no estrangeiro. Poderá, juntamente com Valjavec, ser uma óptima opção para as provas com montanha, como o Tour des Pyrenees e a Volta à Madeira. Ainda têm para liderar a equipa um veterano com um currículo impressionante, que dá pelo nome de José Ivan Gutierrez. Ele será o contra-relogista de serviço e poderá muito bem brilhar em provas por etapas com contra-relógio, montanha e colinas. Com 34 anos poderá ainda ter boas palavras a dizer.

Ainda há o terreno das colinas, onde a 1t4i também tem boas soluções, como Callegarin e Kroon. O italiano e o holandês têm a possibilidade de obter vitórias em clássicas acidentadas e em provas por etapas com média montanha.

Em termos de gregários, a 1t4i está bem equipada, com a presença de Marczynski, Stubbe e Craig Lewis a poderem ajudar na montanha e nas colinas.

Nesta equipa, não é difícil prever que estarão ao ataque na maioria da época, mas é difícil perspectivar qual será a liderança da 1t4i a maior prazo, já que a juventude que tem é de qualidade, principalmente para o sprint e contra-relógio, mas, para outros terrenos, ainda deixa muito a desejar. Nota-se que a equipa deu um salto em qualidade para tentar obter melhores resultados, mas veremos se conseguirá manter um bom nível durante muito tempo, pois é ligeiramente preocupante a predominância de líderes de 34, 35 anos.

Ainda assim, é de ter em atenção o crescimento de alguns jovens, como Boivin, Taillefer, Reichenbach, Geoffrey Soupe e Jarno Gmelich.

Em 2012, a equipa holandesa promete explanar a beleza dos seus equipamentos pelas estradas, com bastante combatividade e qualidade.

Navardauskas vence em Marselha? Vence mesmo...



Começou Domingo e terminou no Domingo a Clássica de Marselha ou Gran Prix la Marsellaise como lhe quiserem chamar. Depois de Gert Steegmans ter surpreendido na Austrália, agora foi a vez de Ramunas Navardauskas surpreender em França. Quem diria? Se no caso do Belga já se sabia haver um grande Talento e Capacidade, no caso do Lituano não havia essas Informações. Ramunas Navardauskas e Fredrik Kessiakoff fizeram mesmo parte da fuga desta Clássica Francesa e estiveram quase durante toda a Prova em fuga, atacando no momento exacto para entre eles conseguirem discutir a vitória. Essa vitória aconteceu mesmo em cima da linha de meta e sorriu a um Navardauskas incrédulo com o que tinha conseguido obter em França.

Pela Negativa destacaram-se também alguns homens como Alejandro Valverde de quem se esperava muito mais, numa Clássica que lhe assentava muito bem, esperava-se pelo menos a presença no Sprint Final. O Espanhol começa a mostrar alguma veterania e começa a não justificar o enorme Investimento que representa todas as Temporadas. O "Papa-Clássicas" de 2011 Alessandro Ballan também não esteve bem e terminou apenas em 5º Lugar, mesmo assim à frente de Damiano Cunego, seu antigo colega da Lampre de 2011. Também Yury Trofimov esteve irreconhecível... o homem da OmegaPharma - Quick Step começou mal na Equipa Belga, provavelmente ainda não adaptado depois de ter trocado a Onda - Boavista.

Colectivamente destaca-se a Euskaltel - Euskadi que venceu por Equipas, muito por causa de Juan Manuel Garáte que esteve em fuga, finalizando com Joaquím Rodriguez, Danilo Di Luca e Jaume Rovira também no Grupo Principal. A pergunta parece óbvia: "Com 4 homens na frente como é que nem sequer um Top-10 conseguem?" A resposta também é óbvia e a verdade é que qualquer um destes homens se dão melhor quando a Clássica termina a Subir, o que não acontecia em Marselha.

A Lotto - Belisol teve em Fredrik Kessiakoff o Herói que "salvou a Pátria", visto que a Equipa não esteve bem. Michael Albasini e Michael Albasini nem sei se participaram na Clássica, mas a verdade é que não estiveram à altura dos melhores, acusando a veterania que começa a impor-se na Equipa Belga. Quem eu considerava Favoritos eram mesmo Filippo Pozzato, Greg Van Avermaet e Stefan Schumacher, homens que são bastante rápidos e que passam muito bem as Colinas, mas a verdade é que uma fuga conseguiu chegar na frente, não proporcionando a estes 3 homens um final ao Sprint.

Mas o que fica, sem dúvida, é a falta de controlo do Pelotão, que contava com tantas "Estrelas" e tantos "Egos" que não foi possível gerir tudo isso sem prejudicar a Perseguição.

Neste artigo o jornal sempre na roda irá analisar a equipa saxobank que o ano passado terminou no segundo lugar no ranking world tour. Esta equipa tem como director desportivo Pedro, um dos mais jovens e promissores directores desportivos da actualidade e que no passado geriu com sucesso a equipa portuguesa liberty seguros levando esta equipa ao escalão máximo do ciclismo.

A equipa saxobank tem nas suas fileiras ciclistas como Gesink,Cancellara, Cavendish, Andy Schleck, Goss, Petacchi, Sella , Sorensen, Lorenzetto, Amador,Kluge, etc. Destaca-se ainda os jovens Bol, Quaade e Herrada. Esta equipa afigura-se como uma das mais completas senão mesmo a mais completa do mundo com excelentes sprinters (Cavendish, Goss,Petacchi, Lorenzetto, Kluge), exelentes contra-relogistas (Rasmussen, Cancellara, Rabon, Quaade e Herrada), excelentes gregários (Sella, sorensen, amador, Knees, Steensen, Pedersen, entre outros), excelentes homens de montanha ou seja lideres (como gesink e andy Schleck) e por ultimo dois homens fortes no paralelo são eles cancellara e Ista.

Difícil é descobrir pontos fracos nesta equipa pois como disse anteriormente é uma equipa bastante completa. Como objectivos a equipa terá vencer as três grandes voltas, vencer o tour de Flandres e o Paris-Roubaix, vencer a Milan-San remo e conseguir muitas vitórias ao longo da época. O seu d.d já disse que este ano queria ganhar o ranking world tour e para isso iria apostar tudo nas grandes provas do ciclismo ou seja nas provas que dão mais pontos para o ranking.

Destaca-se ainda na equipa que os seus grandes activos (Gesink, Schleck, Goss, Cavendish, Sorensen, Quaade, Herrada, Kluge, Bol) tem menos de 28 anos o que demonstra que a Saxobank terá uma grande e super equipa para os próximos 5 a 6 anos. O jornal sempre na roda deseja boa sorte á saxobank, seu director desportivo e ciclistas e que a equipa dê muito espetaculo ao longo do ano, pois aqui neste jornal deseja-mos sempre que as provas estejam recheadas de espetaculo.

Boa pergunta esta, é um facto que tenho uma equipa algo velha comparada a muitas outras do JDC mas, os resultados estão a aparecer. Comandei a AG2R quase 2 temporadas e rejuvenesci a equipa, verdade que daqui a uns tempos teremos uma AG2R bem mais forte mas enquanto lá estive os resultados foram escassos e perdi o entusiasmo no jogo. A falta de resultados levou-me a pôr umas questões a mim mesmo: "Porquê jogar se não vencermos? Porque trabalhar numa equipa um ano inteiro para conseguir alegrias daqui a 2 ou 3 anos? Será que daqui a 2 ou 3 anos vou estar aqui para colher os frutos deste trabalho?" A verdade é que formar jovens é aliciante mas não dá resultados imediatos. Motiva muito mais ver uma vitória numa prova que passar a vida a ver pódios. A Onda é um bom exemplo disso, o Drifter fez um trabalho magnifico a reunir aqui alguns dos melhores jovens do Mundo e eu explorei o valor deles para trazer em troca homens que me dessem garantias.

Bonnafond surpreende em casa



O jovem francês da Ag2r foi a grande surpresa da Etoile de Bessèges, prova por etapas francesa que teve lugar na semana transacta. O trepador francês, com um currículo modesto, venceu numa fuga, a classificação geral da corrida, à frente de ilustríssimos como George Hincapie (NetApp) e Coen Vermeltfoort (Garmin). Ele conseguiu esta vitória impressionante numa fuga na 4ª etapa, onde prevaleceu sobre a perseguição do pelotão.

Nas restantes etapas, foi a Cofidis que mais se destacou com 2 vitórias muito importantes ao sprint por Romain Feillu, na 1ª e 3ª etapas, mostrando que a Cofidis está bem concentrada num esforço extremamente realista de subida de divisão.



Também nesta luta pela subida está a Onda-Boavista, de Nando12, que garantiu mais uma vitória de etapa pelo já inevitável Gert Steegmans, mais uma vez lançado pelo incrível Bernhard Eisel.



Quem também fez uma excelente prova foi Coen Vermeltfoort, a jovem promessa da Garmin que, venceu a 5ª etapa e ainda conseguiu conquistar o 3º lugar na geral. A Garmin a mostrar que a sua aposta na juventude pode trazer até frutos a mais curto prazo do que se pensa.



A Classificação da montanha foi ganha por Lars Bak (Liberty Seguros), a Juventude foi conquistada também por Bonnafond (Ag2r) e a classificação colectiva foi para a cazaque Astana.

Foi acima de tudo uma prova de luta entre duas candidatas à subida, Onda e Cofidis, que demonstram estar em forma para conquistar pontos onde quer que seja. Estas são equipas que entraram a matar na época e tencionam conquistar as estradas. Veremos que as outras equipas conseguem fazer-lhes frente.

A Classificação Geral da Etoile de Bessèges ficou ordenada da seguinte maneira:
1 Guillaume Bonnafond Ag2R - La Mondiale 17h23'50
2 George Hincapie Team NetAPP + 4
3 Coen Vermeltfoort Garmin - Cérvelo + 22
4 Romain Feillu Cofidis, le credit en ligne + 28
5 Gert Steegmans Onda - Boavista + 38
6 Andreas Stauff Lotto - Belisol s.t.
7 Mahdi Sohrabi Louletano - Loulé Concelho + 41
8 Sébastien Chavanel FDJ - Big Mat + 42
9 Troels Vinther Burgos - BH - Castilla y Leon + 43
10 Francisco Ventoso Alberdi Vacansoleil - DCM + 44

Um cheirinho a clássicas

A época já vem bem lançada e começa a dar-nos oportunidades de espetáculo muito interessantes. Agora tem sido com o antigo Challenge Mallorca que, antes era constituído por várias etapas independentes, numa suposta prova por etapas sem classificação geral. Agora mudou e tornou-se num conjunto de 5 clássicas autónomas, o que deu um novo interesse à prova, trazendo nomes bem mais interessantes e aumentando a competitividade em cada dia.

Tudo começou com o Trofeo Palma de Mallorca, que decorreu no passado dia 5. Era uma prova completamente plana (mais plano é impossível), descaradamente apropriada para os sprinters brilharem. Ainda assim, a Saur tentou lançar um trunfo numa fuga. Foi Jonathan Hivert o mais inconformado, mas que acabou por não conseguir a vitória em fuga. A vitória acabou por sorrir ao homem da SaxoBank, Matthew Goss, que bateu Sacha Modolo (Garmin) por centímetros. Ainda não foi desta que o italiano da Garmin conseguiu brilhar. De notar a intromissão de Ballan no sprint, tendo conseguido o 3º lugar, mostrando que as clássicas planas não o deixam de fora, de maneira nenhuma. Não deixou de ser interessante ver a Euskaltel a disputar o sprint, com um belo 4º lugar de Molmy, lançado por Juodvalkis que terminou em 5º. Isto demonstra que a equipa basca está a mudar a sua capacidade neste terreno. Veremos se, nesta época, conseguem manter o nível na montanha. Não vai ser fácil.



No dia seguinte correu-se o Trofeo Cala Millor, mais uma prova plana ao jeito dos sprinters como Haussler (GreenEdge), Modolo (Garmin) ou Rojas (Movistar). A prova foi imensamente atacada por homens das clássicas, o que tornou impossível uma chegada "normal" ao sprint, dando a vitória a Philippe Gilbert (GreenEdge) que chegou à frente de Lars Boom (Lotto) e de Damien Gaudin (Europcar), que não deixa de ser uma grande surpresa nestas andanças.



No dia 7 foi o Trofeo Inca, este já com outro tipo de perfil, bem mais indicado para os homens explosivos como Gilbert que tinha brilhado no dia anterior, Velverde (Movistar), Dekker (Garmin) e Cunego (Rabobank). A prova também foi bastante atacada, mostrando muita vontade das várias equipas em brilharem neste início de época, certamente, exigências dos patrocinadores em tempo de crise, o que traz bastante espetáculo para os fãs da modalidade. Quem prevaleceu, apesar do trabalho perseguidor da Coldeportes de Uran, foi o experiente homem das clássicas e mais recente aquisição da Saur, Frank Schleck, atirando a Saur para a luta pelos lugares cimeiros do ranking, nesta fase inicial da época. O luxemburguês a mostrar-se uma excelente opção para o seu DD. Interessante foi ver o grande resultado de Uran que terminou em 2º lugar, depois de um bom trabalho da Coldeportes. Dekker (Garmin) terminou em 3º.



O Treofeo Deia é também uma prova mais acidentada e teve como momento mais alto um ataque incrível de Damiano Cunego (Rabobank) na descida final, onde conquistou a vitória, justificando o investimento da equipa holandesa no ex-ciclista da Lampre. Frank Schleck esteve quase a alcançá-lo na meta, mostrando que está num enorme momento de forma. Dekker voltou a chegar em 3º lugar, dando à Garmin uma boa regularidade de resultados no pódium.



Por fim, o Trofeo Magalluf - Palmanova, trouxe-nos mais uma prova de características colinosas onde Valverde queria voltar à carga. O papa-clássicas de 2010 pretendia uma grande vitória que lhe escapava nos últimos dias. Mas também havia Uran, Rodriguez, Schumacher, Ballan e Sanchez pelo caminho para contrariar e as coisas não se avizinhavam fáceis para o homem da Movistar. Um homem que esteve mais uma vez em foco foi Navardauskas da Astana que esteve mais uma vez em fuga e que ainda terminou num incrível 6º lugar. A vitória foi, no entanto conseguida por aquele que pode bem suceder a Ballan e ser o papa-clássicas de 2012, Philippe Gilbert, que terminou à frente do ex-colega de equipa: Albasini (Lotto). Valverde, esse conseguiu o 3º lugar, mostrando que ainda não está fora de combate. Muito interessante foi o 4º lugar de Lastras (Andalucia) que terminou ainda à frente de Uran e de Samu Sanchez.



Estas provas foram extremamente interessantes de seguir e penso que a conversão da prova em verdadeiras clássicas deu um novo impulso ao ciclismo espanhol neste início de época, com resultados impressionantes dos homens das clássicas. De notar a excelente capacidade da GreenEdge, que com Gilbert adquiriu um verdadeira diamante.

Volta ao Algarve - Os Grandes em Portugal



Este ano, a Volta ao Algarve é, mais uma vez, a primeira aparição de muitas estrelas do ciclismo mundial. À partida a prova prometia imenso aos fãs portugueses com a presença de estrelas como Thomas Dekker, Roman Kreuziger, Yaroslav Popovych, Fabian Cancellara, Gustav Erik Larsson, Richie Porte, Tony Martin e Vladimir Karpetz.

A primeira etapa prometia ser uma luta ao sprint, ideal para Matthew Goss ou para Heinrich Haussler, os sprinters das duas mais cotadas equipas do mundo. A etapa foi marcada por uma fuga em que Carrara (Efapel) brilhou e onde começou a conquistar o seu prémio final da combatividade nesta prova.



No final da etapa houve muitas quedas que deixaram Cancellara (SaxoBank) e Gretsch (Ag2r) de fora da luta pela prova.

A vitória acabou por ir para as mãos de Bobbie Traksel (Rabobank), que conseguiu vencer ao sprint Fabio Felline (GreenEdge) e Matthew Goss (SaxoBank). Um resultado que demonstrava que estas provas "planas" do Algarve estavam longe de ser para os puros sprinters.



A 2ª etapa era relativamente semelhante à primeira. Aparentemente para os sprinters, mas nunca fiando. O final da etapa foi extremamente complicado e os sprinters não conseguiram aguentar-se na frente, aproveitando Thomas Dekker (Garmin) para tomar a dianteira do pelotão e festejar a vitória à frente de Lars Boom (Lotto) e Langeveld (Rabobank).



A 3ª etapa era a famosa etapa do Malhão, uma chegada ao alto que não era para meninos mas onde era difícil ganhar muito tempo. Larsson e Tony Martin bem tentaram ganhar vantagem na subida final, mas foram alcançados pelo pelotão que lançou Richie Porte (GreenEdge) para a vitória à frente de Yaroslav Popovych (RadioShack) e de Thomas Dekker (Garmin). O australiano vinha fazendo uma época impressionante, já com prestações incríveis na Argentina. Dekker, no entanto, mantinha a camisola amarela com 4 segundos de vantagem sobre Richie Porte e Bobbie Traksel.



A 4ª etapa era mais uma etapa teoricamente para os sprinters, mas aqui foi Ricardo Vilela (Coldeportes) a dar uma vitória portuguesa numa fuga impressionante, e a assumir inclusivamente a camisola amarela com 53" de vantagem sobre Dekker.



No contra-relógio final já se faziam apostas se seria Richie Porte ou Thomas Dekker a vencer a geral, ou mesmo Vilela a manter a amarela, mas a surpresa veio do sóbrio Roman Kreuziger que cilindrou tudo e todos com um contra-relógio imbatível, arrecadando a geral à frente de Tony Martin e de Thomas Dekker.



A classificação da montanha ficou entregue a Romain Feillu que andou impressionante a ganhar classificações de montanha, os pontos foram para Thomas Dekker, a juventude para Pliuschin e a classificação colectiva foi para a GreenEdge.

De notar, nesta prova, a versatilidade da GreenEdge com Martin e Porte para brilhar, mas mais um grande resultado da Liquigas que tem começad muito bem a época de 2012.

No dia de hoje, o jornal sempre na roda, irá analisar a equipa Garmin-Barracuda. Esta equipa norte-americana é considerada uma das mais fortes equipas do pelotão internacional. Como nomes sonantes da equipa podemos destacar Dekker(um ciclista fortíssimo no contra-relógio e na montanha e como tal um dos ciclistas mais completos do pelotão internacional), Ricco ( um ciclista muito forte na montanha e bastante perigosos nas clássicas), Shumacher, Modolo, Denifl (Um dos jovens mais promissores do ciclismo internacional), Vermeltfoort (Mais uma jovem promessa que a equipa norte-americana tem nas suas fileiras) e Van Staeyen (ciclista já considerado por alguns como o novo Bonnen da Bélgica).

Os pontos fortes da equipa são a montanha pois para além de Dekker e Ricco, a equipa conta com Guldhammer,Froome, Peterson, Ruijgh,Van Garderen e Szmyd. A equipa também é forte no contra-relógio pois conta com nomes como Dekker, Shumacher, Van Garderen (na opinião dos jornalista do JDC o ciclista da equipa garmin que poderá revelar-se neste ano de 2012), Pate, Hermans e Denifl. No sprint a equipa Garmin também esta bem reforçada pois conta com Modolo, Van Staeyen, Sulzberger e Vermeltfoort. Desta forma podemos concluir que a equipa Garmin não apresenta nenhum ponto fraco.

Quanto aos objectivos da equipa para o ano de 2012 o seu d.d colocou fazer um top 5 no Tour de France, no Giro de Itália e no Tirreno-adriático. O seu d.d espera ainda que a equipa consiga vencer a Volta ao Pais Basco, vencer o tour da romandie bem como vencer os campeonatos nacionais holandeses de contra-relógio. Na opinião dos jornalista do JDC esta equipa poderá vencer muitas outras provas nos mais diversos percursos ou seja poderá alcançar vitórias na montanha, em contra-relógios ou mesmo na luta pelos sprints. O top 5 no ranking world tour será o objectivo principal da Garmin-Barracuda no ano de 2012.

Comissários interesseiros?
Comentário de Alfredo Bastos

Estou de volta para comentar uma prova que me pareceu muito estranha. Foi extremamente interessante do ponto de vista do espetáculo, mas mais interessante ainda do ponto de vista de análise do trabalho dos comissários da corrida. Estou a falar da Vuelta a Andalucia Ruta Del Sol. Pode perguntar-se porque é que o Sr. Alfredo Bastos, reconhecido comentador de ciclismo, perde tempo a comentar uma pequena prova espanhola 2.1. Mas o que eu digo é, pouco importa a classificação das corridas actualmente. Temos visto muitos dos melhores ciclistas mundiais a correr nas mais pequenas provas do mundo. Aqui na Andalucia fiquei muito interessado em ver correr dezenas de homens reconhecidamente capazes neste tipo de provas. Assim, uma prova que juntava Cunego (Rabobank), Pineau (Europcar), Valverde (Movistar), Samuel Sanchez (Euskaltel), Gilbert (GreenEdge) e Úran (Coldeportes), entre muitos outros, só poderia dar espetáculo!

Logo na 1ª etapa, levei as mãos à cabeça quando vi o Samu no chão. A época não estava a começar bem para ele e a equipa basca não tinha mais grandes soluções... Penso que o asturiano não estará muito mais tempo entre os melhores dos melhores e poderá começar a sentir isso este ano.


A geral final ficou muito interessante, com Úran e Gilbert com o mesmo tempo, apesar de Úran ter chegado claramente num grupo atrasado numa das etapas, mas que lhe foi dado o mesmo tempo do grupo de Gilbert. Esta foi a decisão mais polémica desta época e deixa os australianos a comer os cabelos de frustração, apesar de já terem um bom pecúlio de vitórias. Para além disso, na minha opinião, claramente Gilbert foi quem, durante toda a corrida, mais fez por merecer a vitória, mas os comissários estavam com os colombianos e Úran agradece.



Cunego voltou a estar muito bem, mostrando que é das melhores contratações de 2012, neste caso, para a Rabobank. O italiano terminou a corrida em 3º da geral, a pouco mais de 1 minuto do duo da frente. Ele demonstra que, este ano, a Rabobank quer estar bem mais na frente nas clássicas acidentadas, pois estas provas têm perfis semelhantes às etapas desta Vuelta a Andalucia.



Pineau voltou a brilhar, como já é hábito. O campeão francês é dos melhores nas colinas e voltou a conquistar uma vitória de etapa, terminando, no entanto, apenas no 9º lugar na geral.



Quem desiludiu foi Schumacher, mas que teve em Szmyd um bom substituto para a Garmin. O veterano polaco que já na época passada tinha feito bons resultados na RadioShack, dá à Garmin um honroso 8º lugar na geral, com bons lugares nas etapas. Também desiludiu Albasini (Lotto) que nem no top-20 chegou. Valverde prometia e deu 2 vitórias de etapa, mas depois afundou-se no 12º lugar da geral. O Borkas deve estar com os cabelos pé.



Ten Dam (Liberty) surpreendeu mais uma vez com um 4º lugar na geral, em terrenos que não são os seus preferidos. O holandês mostra que a equipa portuguesa pode contar com ele para liderar. Rolland (Saur), Trofimov (Omega) e Scarponi (Loulé) não desiludiram e ficaram em 5, 6º e 7º lugares, respectivamente. Estes já não são novidade e devem continuar a conseguir bons resultados para as suas equipas.

De qualquer forma, Úran tem o seu mérito nesta corrida e é um vencedor meritório, apesar de eu pensar que, nesta corrida Gilbert tinha ficado melhor no 1º lugar do pódium. Mas o colombiano mostra que é alguém a temer nas grandes clássicas das ardenas e até, quem sabe, no Tour.



Em suma, esta foi uma prova extremamente disputada, mas que é manchada pelo critério muito duvidoso dos comissários de corrida. Para mim, um escândalo...

By Alfredo Bastos

Le Tour de Langkawi - Surpresas na Malásia

Esta prova na malásia é uma prova que se afigurava monótona, com 6 etapas completamente planas e apenas 1 etapa de montanha. No entanto, esta prova foi tudo menos monótona. Um pelotão nervoso e incapaz de controlar várias fugas foi o que prevaleceu nesta corrida. Esperava-se exibições de classe de Haedo (Sky), Óscar Freire (Rabobank), Petacchi (SaxoBank), Greipel (Vacansoleil) ou Van Staeyen (Garmin) ao sprint, nas 6 etapas. Depois, seria de esprar que Soler (Lotto), Vladimir Efimkin (Ag2r), Dan Martin (Rabobank), Sella (SaxoBank), Cobo (Burgos) e Denifl (Garmin) disputassem entre eles a vitória na 3ª etapa e, consequentemente, na geral.

Mas os caprichos da prova foram outros e resolveram virar as expectativas dos favoritos. Logo na 1ª etapa, nos últimos 5 km, houve uma desatenção do pelotão que deixou todos os favoritos e quase todos os trepadores num grupo atrasado. Indiferente a esta catástrofe, Arnaud Molmy deu uma vitória ao sprint à Euskaltel, uma novidade já augurada pela viragem do tipo de plantel da equipa basca, nesta época.



Na 2ª etapa, os principais favoritos voltaram a não conseguir estar na frente do sprint e a vitória sorriu a Boivin (1t4i) que ganhou milimetricamente a Vigano (Sky) e a Stauff (Lotto).



A 3ª etapa era a etapa de todas as decisões. O camisola da montanha, o jovem francês da Euskaltel, Dimitri Le Boulch, fez uma etapa sempre ao ataque pelos pontos da montanha e esperava-se que, quando o perfil inclinasse a sério que ele ficasse para trás, mas o francês foi sempre por ali fora, sozinho, depois de ser ter soltado da fuga.



Incrivelmente, o francês conquistou a etapa e assumiu a geral. Batendo Efimkin, Cobo e Lance Armstrong (RadioShack) que chegaram passado uns minutos. Na geral, com 3 minutos de vantagem sobre Soler, adivinhava-se uma vitória surpresa do jovem da equipa basca, pois já não havia dificuldades de maior, nas etapas seguintes.



A FDJ iria rejubilar na 4ª etapa com a vitória de Keukeleire e a Euskaltel continuou a brilhar na 5ª etapa com mais uma vitória da fuga a ir para Mikel Landa e a atirar César Fonte (Carmin-Prio) para a liderança da prova, numa etapa onde Soler e Efimkin voltaram a ficar nos cortes do pelotão e a perderem a boa classificação geral.



A 6ª etapa trouxe uma alegria imensa para a RadioShack, com a vitória, mais uma vez, da fuga, desta vez a premiar Kenny Elissonde. Este é mais um jovem francês a trazer a 2ª vitória da época à equipa luxemburguesa. Com esta etapa, a RadioShack colocava 4 homens no top-10, o que era notável, para quem tinha perdido o seu favorito, Branislau Samoilau.



A última etapa foi, finalmente, para um favorito, Van Staeyen (Garmin) que venceu ao sprint e finalizou a prova.



Foi incrível a vitória na geral do português César Fonte que deu à equipa portuguesa uma vitória incrível, na primeira prova em que participa em 2012. Le Boulch foi, sem dúvida o homem da corrida e conquistou o 2º lugar na geral à frente do seu colega da Euskaltel Mikel Landa que terminou em 3º. Um prova incrível da Euskaltel. Sébastien Reichenbach (1t4i) ficou em 4º lugar e a seguir vem mais de metade da equipa da RadioShack: El Fares (5º), Lance Armstrong (6º), Elissonde (7º) e Jens Voigt (8º). Denifl (Garmin) ainda conseguiu o 9º lugar e Nelson Vitorino (Carmin) completou o Top-10.

Stauff (Lotto) conquistou a camisola dos pontos e Le Boulch a camisola da montanha e a da juventude. Por equipas, a vitória foi para a RadioShack.

Foi sem dúvida uma prova única da Euskaltel. A RadioShack também se saiu extremamente acima da média e a portuguesa Carmin terá saído radiante com a vitória de César Fonte.

Um prova absolutamente electrizante e que colocou em causa quaisquer favoritismos, mostrando porque o ciclismo é tão incrível.

OmegaPharma-QuickStep - À procura da montanha



Uma equipa muito interessante a observar durante esta época, em particular já nas próximas semanas é a OmegaPharma-QuikStep. O seu Director Desportivo, Afonso tem dado, claramente, um diferente rumo à equipa belga. A equipa que era claramente vocacionada para as clássicas e para os sprints, sofreu nos últimos anos notáveis alterações, de tal modo que agora, provavelmente poderá ter mais visibilidade nos terrenos montanhosos.

A equipa mantém o campeão do mundo Tom Boonen que é, sem dúvida, a principal face da Omega-Quick. Será o homem forte da equipa nos sprints e no pavé. O líder belga estará bem secundado nos sprints por homens como Theo Bos, Justin Williams, Lodewijck, Veelers ou Graeme Brown. Mas a idade avançada do sprinter belga poderá ditar que a Omega não será tão dominante nesta época nas chegadas em pelotão compacto.

Em compensação, com a contratação de Roman Kiserlovski, a equipa ganha um homem que é potencialmente líder em provas por etapas e até nas provas de 3 semanas, embora ainda tenha de ganhar capacidade no contra-relógio. Na verdade, este homem já promete muito há vários anos, mas tem demonstrado uma muito pobre capacidade de colocação no pelotão com quedas sucessivas em 2011 a tirarem-lhe a possibilidade de mostrar o que quer que fosse ao serviço da Cofidis. Afonso aposta forte neste croata que será um homem a observar neste ano, bem apoiado na montanha por Pardilla, Markus Fothen, De Greef e Rohregger. A Omega tem ainda outro grande líder em provas por etapas que é Janez Brajkovic, outro homem de qualidade soberba na montanha, colinas e contra-relógio mas que ainda tem muito a provar em provas de 3 semanas. Muitos afirmam que o Esloveno não tem capacidade física para aguentar um Tour.

Outro homem a ter em atenção em clássicas colinosas ou até nalgumas provas por etapas é o russo Yuri Trofimov, um grande ciclista que tem tido excelentes resultados nas equipas por onde tem passado: Europcar, Garmin e Onda. Veremos se continua a encher o seu pecúlio de bons resultados, agora ao serviço da equipa belga.

A Omega-Quick tem ainda um homem da casa que será provavelmente dos que mais vitórias obterá. Trata-se do belga Dominique Cornu que tem aumentado a sua capacidade no contra-relógio a olhos vistos, sendo actualmente um dos melhores contra-relogistas do mundo.

Em suma, a equipa está interessante, mas perde muito claramente no suporte a Boonen nas clássicas de pavé. No entanto, tem um plantel bastante completo que permitirá ter bons resultados ao longo de toda a época.